segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Resenha do texto: Universidade, Cidadania e Alfabetização


Autora: Professora Magda soares, Palestra proferida pela professora ao Conselho de reitores das Universidades Brasileiras, na 50ª Reunião Plenária, Belo Horizonte, março/1990.
Resenhista: Denise Machado Moraes. 
Santa Maria, dezembro de 2013.


O texto “Universidade, Cidadania e Alfabetização”, trás a reflexão sobre o papel da alfabetização na construção da cidadania, contextualizando o tema, apontando argumentos favoráveis e contrários a relação, alfabetização e cidadania, e nos fazendo pensar sobre a responsabilidade da universidade em relação a ambos os processos.
Primeiramente são apresentados argumentos negando, a necessária relação entre alfabetização e cidadania, onde se afirma que, a alfabetização não é imprescindível ao exercício ou à conquista da cidadania, e são apontados argumentos tais como: 
Que a concepção de que só quem é alfabetizado é capaz de agir politicamente, de participar, ser livre, responsável e consciente, ou seja, de ser cidadão, oculta mecanismos de exclusão e opressão. Onde a exclusão de agir e participar politicamente impõe limites ao exercício de direitos sociais, civis e políticos, que constituem a cidadania.  
Outra alegação que defende a negação da relação, alfabetização e cidadania, é a afirmação de que não é a alfabetização, nem a educação que conduzirá o povo a conquista da cidadania, mas sim a pratica social e política, dos movimentos de reação, reivindicação e participação do povo lutando por seus direitos políticos.
Estes argumentos de que a alfabetização não estaria diretamente relacionada a cidadania, ou que a segunda independe da primeira, em minha opinião foram vagos e generalizantes, onde retirou-se o foco do indivíduo analfabeto, e defendeu-se o valor do direito da participação do povo e dos movimentos sociais. Mas a questão principal, de que um analfabeto, é capaz de exercer seus direitos plenamente, principalmente o de voto, como qualquer outro cidadão, não foi abordada especificamente. Realmente acredito tratar-se de um tema árido, principalmente em nosso tempo, onde a inclusão de todas as formas é defendida a unhas e dentes. Mas até que ponto este indivíduo, que de certa forma vive a margem de nossa sociedade, e até de nossa era, dita “era do conhecimento”, consegue compreender os mecanismos políticos, diferenciar uma plataforma de governo de outra, e principalmente autodeterminar-se como cidadão? 
Aqui cabe salientar, que entendo assim, em relação a nossa sociedade, pois, em sociedades indígenas, sem a cultura escrita, até entendo que ser analfabeto, não prejudicaria em nada uma participação política, na escolha de seus caciques, mas como não é este nosso caso, e a sociedade em que vivemos, tem como base o conhecimento, a leitura, a escrita e a educação formal, não vejo como as afirmações negativas podem se sustentar. 
Pois pensar que um analfabeto é um cidadão pleno, seria o mesmo que afirmar que um analfabeto poderia se candidatar, pois, um cidadão pleno de seus direitos, pode votar e ser votado, mas o analfabeto podendo votar e não podendo ser votado, se torna um cidadão, pela metade, pelo menos ao meu modo de ver. Além do mais num pais, ainda coronelista como o nosso, onde são usados inúmeros modos ilegais e ilícitos para se conseguir votos,  é mais fácil nossos coronéis, mandarem analfabetos alistarem-se como eleitor. Do que investir massivamente na real alfabetização de nosso povo, para que este conquiste aí sim, sua liberdade, autonomia, e até o direito de decidir se quer votar ou não, o que hoje em dia não nos é dado. 
Quanto aos argumentos afirmativos, em relação a alfabetização ser instrumento na luta e pela conquista da cidadania, pode-se destacar afirmações como:
“De que não há possibilidade de participação econômica, política, social, cultural plena sem o domínio da escrita”; 
“E que o significado da alfabetização ultrapassa em muito a mera aquisição de uma “técnica”, pois saber ler e escrever são fundamentais na luta pela conquista de direitos, pela participação do poder e pela transformação social.”
De minha parte parece muito mais lógico, acreditar que a alfabetização esta sim relacionada ao exercício da cidadania, até por estar cursando uma graduação na área da educação e acreditar que é a educação a chave da liberdade do indivíduo, e do desenvolvimento humano. 
Além do que diante do atual estado de subdesenvolvimento de nosso país e dos altos índices de analfabetismo, me parece muito mais cômodo a nossos políticos, deixar tudo como esta, pois se o voto dos analfabetos os elege como o de qualquer outra pessoa, que vantagem nossos governantes tem em alfabetizar a população, por outro lado, duvido que se apenas os alfabetizados votassem, as políticas de alfabetização no Brasil, não seriam em muito maior quantidade. 
Na terceira parte do texto “Universidade, Cidadania e Alfabetização”, trata da participação da universidade em relação à cidadania e alfabetização, e sua responsabilidade de participar na construção de uma sociedade mais justa e constituição de uma identidade política para o povo brasileiro, descobrindo soluções para o combate ao analfabetismo, inserção da criança e do adulto na cultura letrada, tendo em vista que as soluções proposta até agora, tem sido “pseudo-soluções”, que ao invés de capacitar o indivíduo a cultura letrada, apenas o transforma em um analfabeto funcional, que não se apropriou verdadeiramente da escrita. 
Defendendo ainda que à universidade cabe buscar através da reflexão e da pesquisa, a produção de um conhecimento que conduza a uma alfabetização que possibilite o indivíduo a avançar na conquista da cidadania. 
Diante de todos os argumentos expostos, posso afirmar que em síntese não sou contra o direito dos analfabetos votarem, sou sim a favor do direito muito mais importante e fundamental deles serem alfabetizados, e do dever da universidade de assumir seu papel de protagonista nesta conquista, pesquisando e propondo meios para uma alfabetização mais abrangente e de qualidade.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Meninos de Rua


Resumo do artigo:
Questões sobre o desenvolvimento de crianças em situação de rua
De: Claudio Simon Hutz e Sílvia Helena Koller
Por: Denise Machado Moraes

Trata da contradição de algumas pesquisas que apontam que a situação de rua retarda o desenvolvimento da criança, enquanto outras dizem que não. Diante disto o CEP-RUA (Centro de Estudos Psicológicos sobre Meninos e Meninas de Rua)/UFRGS vem desenvolvendo vários estudos sobre o desenvolvimento emocional, cognitivo e social destas crianças. Os resultados destes estudos têm revelado que crianças em situação de rua apresentam altos níveis de stress e de exposição a riscos pessoais e sociais. Porém, constatamos que elas desenvolvem habilidades para lidar com o stress e com os riscos, compensando suas dificuldades com estratégias que exigem competência e autonomia.

Chama a atenção para a falta de modelos teóricos e pesquisa empírica sobre o desenvolvimento de crianças e adolescentes que vivem em situação de pobreza. A grande maioria dos estudos normativos sobre o desenvolvimento psicológico tem sido feita com crianças e adolescentes brancos de classe média.

O desenvolvimento psicológico, devido às experiências adversas a que estas crianças estão expostas, como adições, violência e exploração. Paradoxalmente, a vida na rua pode possibilitar experiências que se adicionam e promovem o desenvolvimento.

Crianças de rua têm sido descritas como marginais, doentes, violentas, sujas e delinqüentes. Exemplo disto foi o exercício onde foram testadas crianças em situação de rua e crianças que freqüentavam uma escola particular. Solicitado às crianças que primeiro desenhassem primeiro a si mesmos e depois de uma criança do outro grupo. As categorias observadas nos desenhos foram: expressão facial, presença/ausência de sapatos, de mãos, e de roupas, aparência geral (sujo/limpo), postura, cenário, acessórios e objetos nas mãos. A comparação entre os desenhos revelou muitos aspectos estereotipados. As crianças de rua foram representadas pelas de escola como sujas, negras, mal vestidas e sem sapatos, com roupas rasgadas, carregando drogas nas mãos e pedindo esmolas em esquinas, às vezes sentados ou deitados. As crianças de escola foram representadas pelos de rua como bem-vestidas e calçadas, limpas, de pé e carregando sacos de dinheiro nas mãos. Quando desenham a si mesmos, as crianças de ambos os grupos fazem desenhos de figuras humanas alegres, vestidas, limpas, com sapatos, sem objetos nas mãos, de pé e de frente e com acessórios. Estes resultados revelam a discrepância entre como as crianças em situação de rua se vêem ou gostariam de ser vistos e como são vistas pelas crianças das escolas.
Crianças em situação de rua são seres humanos em desenvolvimento, que podem apresentar algumas características psicológicas sadias, apesar das dificuldades impostas por um ambiente hostil. E usam de estratégias para superar essas dificuldades estabelecendo relações de amizade que sejam protetivas, mesmo que instáveis e erráticas, mas que possibilitem alguns cuidados mútuos e reciprocidade.
Os dados revelaram que os meninos recebem menos ajuda, transgridem mais as regras sociais e avaliam sua situação como mais crítica do que as meninas. Esses achados reforçam a posição de que cada sexo encontra estratégias de ação diferentes quando se deparam com problemas da mesma natureza e estão expostos a situações de risco diferenciadas.
Desenvolvimento Cognitivo de crianças em situação de rua
Os vários estímulos que a rua apresenta, exigem que a criança esteja atenta e preparada para manter a sua integridade física e sua sobrevivência.
conforme concluem Koller e Hutz (1996, p.14), "o viver na rua não impede o desenvolvimento de valores e não gera deficiências morais específicas em crianças e adolescentes".
Em um Projeto de Oficina-Escola, no qual mantinha Oficinas de Matemática, observou-se que os adolescentes com baixa escolarização e história de rua, tinham mais facilidade de aprender aritmética se fossem utilizados estímulos como moedas e dinheiro em geral. Com esta estratégia tornava-se mais fácil ensinar somas e multiplicações para os adolescentes. Neste mesmo Projeto de Oficina-Escola, observou-se que os meninos aprendem com muita facilidade a trabalhar com computadores. A música, por sua vez, tem forte relação com sua criatividade. A perspectiva de participar de um festival de rap estimulou-os a aprender a escrever, para inscrever as letras de suas músicas, apresentar-se e ganhar os prêmios. A utilização destas estratégias no ensino têm se revelado muito úteis com estas crianças e adolescentes.
Desenvolvimento emocional de crianças em situação de rua
Comparados os índices de depressão entre crianças de rua e de nível sócio-econômico baixo. Os resultados deste estudo mostraram que não há diferença entre estes grupos, ou seja, crianças de rua não são mais deprimidas do que crianças pobres que continuam vivendo com suas famílias e freqüentando escolas.
Do ponto de vista emocional, a saída de casa pode representar o fracasso total do apego que um indivíduo tinha com as pessoas de sua família e desta para com ele.
verificou que um terço dos adolescentes de sua amostra saiu de casa porque não tolerava a ausência física do pai. Revelavam que desde que o pai se foi e eles se tornaram adolescentes, o nível de exigência e cobrança para com eles tornou-se intolerável. Relatavam, em geral, que a mãe passou a exigir que eles assumissem o sustento da família no lugar do pai, papel para o qual eles ainda não se sentiam competentes.
Alguns deles referiam que saíram de casa, porque consideravam mais fácil, na sua idade, tomar conta de si próprios sozinhos na rua, do que ter que cuidar de toda a família.
Outro caso, de um irmão mais novo do que o menino que estava na rua, que revelou estar sofrendo abuso sexual permanente de sua mãe e padrasto, enquanto que seu irmão revelara ter saído de casa por não tolerar ser vítima de abuso. Um outro menino que, após relatar as constantes tentativas de abuso sofridas, afirmou: "um dia tomei uma atitude de adulto e saí de casa". Esta frase ilustra a hipótese de que a saída de casa pode ser resultado de fortalecimento de um indivíduo resiliente, que prefere sair às ruas e buscar a sua própria sobrevivência do que se submeter aos abusos dentro de casa. Os irmãos que ficam podem ser mais vulneráveis do que eles. Na presença destes relatos.
Os achados destas pesquisas têm sido utilizados na promoção de programas de prevenção e intervenções na comunidade. Uma alternativa para a casa que garanta a sobrevivência e a segurança para os(as) meninos(as) que estão na rua deve ser encontrada, uma vez que a rua, apesar de desenvolver alguma sabedoria não é o lugar ideal para qualquer ser humano viver.
Desenvolvimento físico de crianças em situação de rua
Seria também fundamental investigar que processos ou variáveis psicológicas protegem algumas dessas crianças, permitindo ajustamento emocional e o desenvolvimento da competência social, apesar das circunstâncias extremamente desfavoráveis em que vivem.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Site disponibiliza filmes infantis de graça


Um acervo online com as melhores produções exibidas na Mostra Internacional de Cinema Infantil de Florianópolis está disponível para a organização de exibições em escolas, centros culturais e cineclubes. Formar plateia infantil qualificada também é meta do projeto. O Filmes que Voam (http://www.filmesquevoam.com.br) é um site dedicado à distribuição online para diversas plataformas, computadores, celulares, tablets de conteúdos audiovisuais brasileiros distribuídos pelos seguintes canais: curta, longa, documentários, institucional e canal mostra infantil. Este último, apoiado pela Fundação Telefônica Vivo, é uma seleção das melhores produções apresentadas durante a Mostra Internacional de Cinema Infantil de Florianópolis, um dos principais festivais de cinema infantil da América Latina. Produções que revelam o olhar de realizadores brasileiros para conquistar um atento e disputado público: as crianças.
fonte: http://canaldoensino.com.br/blog/site-disponibiliza-filmes-infantis-de-graca

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Resumo do artigo: CIÊNCIAS E CRIANÇAS: delineando caminhos de uma iniciação às ciências para crianças pequenas, de Dominique Colinvaux.


Por: Denise Machado Moraes (Aluna de graduação da UFSM) O texto visa contrapor as afirmações de que a iniciação cientifica seria muito complicada para crianças pequenas, e seria inalcançável para as mesmas, pois elas não estão preparadas para lidar com ideias abstratas, trazendo novos argumentos, discussões e perspectivas sobre o tema. A autora afirma que iniciação cientifica para crianças pequenas, ainda hoje é vista como um tabu. Posto que a suposição ainda vigente é de que ensinar conteúdos como física, química ou biologia a crianças das series inciais é impossível, tanto isto é verdade que atualmente, no que diz respeito a formação dos educadores que irão trabalhar com estas crianças, pouca ou nenhuma ênfase tem se dado as áreas cientificas. Ou seja, se forma educadores não instrumentalizados em matérias cientificas, acreditando que as crianças das series iniciais não são capazes de absorver tais conhecimentos. Pensamento este que segundo a autora, não parte exclusivamente dos cientistas, mas também dos educadores, tanto dos graduandos, quanto daqueles já formados no curso de pedagogia. Pois estes ainda possuem a ideia de que “as crianças são concretas”, e incapazes de desenvolver pensamentos abstratos. O que a autora rebate salientando que nos últimos 40 anos inúmeros estudos vem sendo realizados sobre bebês e crianças pequenas, evidenciando que a criança pequena é muito mais capaz do que imaginávamos. Desconstruindo aquela imagem de criança como um ser incompleto, que não sabe e não é capaz, reconhecendo a precoce riqueza e complexidade de cognição infantil. Reforçando seu ponto de vista a autora nos aponta diversos exemplos e pesquisas sobre cognição infantil, que demonstram a capacidade da criança pequena pensar, e pensar bem, e de certa forma convergindo com o pensamento cientifico. Propondo por fim uma educação em ciências baseada na experiência, linguagem e conhecimento, concluindo que a iniciação às ciências para crianças pequenas pode sim ser possível.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Igualdade


obs: Nada mais desigual que tratar, desiguais de forma igualitária.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Avaliação: Sinônimo de Nota ou de Aprendizagem? (Autora: Denise Machado Moraes)


A avaliação não pode ser entendida apenas como uma nota, mas sim como um processo amplo, onde o professor desenvolve estratégias para avaliar o aluno, mas esta avaliação do aluno também deve servir para que ele constantemente reveja suas praticas e se autoavalie, é um processo de mão dupla. A educação não pode ser vista como bancária, onde o aluno deve "saber" somente aquilo que o professor espera que ela saiba, e sim precisa  despertar o interesse do aluno,  dando a ele o direito de pensar por si próprio desenvolvendo assim a sua autonomia. o que deve se levar em consideração pelo professor em relação ao aluno é sua capacidade de pensar e resolver problemas. Assim o ensino deve passar por uma contextualização. Quem é que aprende aquilo que não lhe faz sentido algum?? 

Constantemente ainda vemos na Graduação professores que tem um discurso muito distanciado da Prática, muito falam em modelos flexiveis de avaliação, onde devemos levar em conta a realidade do aluno, mas na prática agem de outra forma. Com "moedas de troca" . Agindo totalmente de acordo com o modelo tradicional de ensino, com formas de avaliação que só consideram aquilo que ele deseja que o aluno saiba, desconsiderando o contexto de cada um. Não tenho dúvidas que  o modelo de ensino que tivemos desde os primeiros anos de vida, totalmente tradicional em muitas vezes, que prima pelo estimulo e resposta, deixa marcas profundas em nossa prática como docentes, pois primeiramente tendemos a reproduzir aquilo que já vivenciamos na pratica. Um ensino de qualidade passa pela valorização do aluno em primeiro lugar, Não é nada fácil na prática, pois tendemos a descontruir um modelo pronto e construir um novo. Para isso o professor em primeiro lugar deve acreditar no seu trabalho e apostar no que deseja, pois um discurso bonito sem a prática é algo incoerente, sem sentido. Assim abaixo trago uma citação de Freire que vem ao encontro do que acredito.

"Não posso escapar à apreciação dos alunos. E a maneira como eles me percebem têm importância capital para o meu desempenho. Daí, então, que uma de minhas preocupações centrais deve ser a de procurar a aproximação cada vez maior entre o que digo e o que faço, entre o que pareço ser e o que realmente estou sendo." (FREIRE, 1996, p.96)  

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Escola Despertador


Minha opinião: A porta estreita.


Dialogo entre Rubem Alves e Celso Antunes, onde os mesmos citam as infindáveis injustiças e mazelas em nossas educação, do número de vagas ser pequeno número de candidatos ser enorme, e o imenso conteúdo exigido dos alunos.


Com passagens brilhantes tais como:


Celso: E aí, a meu ver, se estabelece um processo cruel e extremamente injusto: o vestibular”.


Quando vejo um adolescente se preparando avidamente para o vestibular, penso: "Meu Deus, que você tenha também muita sorte, meu filho". Porque não adianta ignorarmos o componente sorte quando é tão subjetiva a relação entre conhecimento e pontuação”.


Rubem: Se eu fizer vestibular, não passo. Os reitores da universidade não passam. Você não passa. O ministro da Educação não passa. Por que os adolescentes têm de passar?”


Certa vez como presidente da comissão de um curso de Doutorado, fiz uma experiencia, No dia do exame, todos os candidatos estavam sentados no corredor com suas fichinhas. Eu, como presidente da comissão, propus a meus colegas que fosse feita uma única pergunta. E assim fizemos: Então, entrava o candidato e eu, sadicamente, lhe dizia: "Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar". Foi uma catástrofe! Uma candidata teve um surto psicótico e começou a falar sobre um livro marxista porque ela pressupunha que nós éramos ferozes marxistas. Eles haviam decorados os livros, mas não sabiam dizer o que pensavam sobre os mesmos.


O que acontece frequentemente numa universidade é que o aluno desaprende a arte de pensar”.


Quando os alunos estão na avenida Brasil, em Campinas, parando todo mundo, todos pintados e pedindo dinheiro para uma festinha, eu paro, olho e digo: "Olhe, não tenho dinheiro trocado para lhe dar, mas tenho um conselho. Sou professor titular da Unicamp e meu conselho é este: Salve-se enquanto é tempo". Eles devem ficar pensando: "Esse professor é doido".
Aliás, uma coisa interessante: descobriu-se que, como a porta é muito estreita e muita gente fica de fora, o pessoal que fica de fora forma um mercado maravilhoso para os cursinhos "preparatórios". A educação é um mercado fantástico. Então, todo mundo, todos os pais fazem o maior sacrifício para os filhos entrarem para a universidade e, depois que eles se formam, o que acontece? Não há vagas porque tem mais gente diplomada do que campo de trabalho. Aí vão vender cachorro-quente”.


Celso- todo aquele volume de saberes brutais, para poder passar pela porta, em dois ou três meses é esquecido, pois geralmente é inútil ou não está relacionado ao curso escolhido. Serviu apenas como "peneira" para excluir muitos”.


De que serve para um cirurgião, por exemplo, saber que o Everest é o pico mais elevado da superfície do planeta?”


Ensinar para passar no vestibular é um inútil adestrar para guardar fatos irrelevantes, saberes inúteis. De qualquer forma, é dessa maneira que se formam os profissionais e os professores de amanhã”.


Encontramos professores que dizem: "Dei uma aula brilhante, emocionante, empolgante. Os alunos não aprenderam nada, mas a aula foi brilhante".


Minha Modesta Opinião: Diante de figuras tão ilustres, me atrevo a dar meu humildíssimo pitaco. Concordo em gênero número e grau com tudo que os dois mestres disseram, porém acredito que ambos interlocutores, ergueram a bandeira do “pobrezinho do aluno”. Essa ideia do “coitadismo” e do aluno ter que estudar só o que gosta. É como dizer para uma criança somente comer chocolate. Se um dia aquele estudante de medicina, na estrutura proposta pelos autores, estudasse apenas biologia, química, e ciências afeitas as áreas médicas, e lá pelas tantas da faculdade de medicina, decidisse largar tudo, e cursas geografia. Talvez faria falta saber do tal pico mais alto do mundo. Acredito que todo conhecimento é valido, até para que seja dado ao indivíduo a chance de auto descobri-se, e saber do que mais gosta. Se eu não provar todos os sabores de pizza, como vou saber qual a que mais gosto? A escola tem que ser fomentadora, instigadora, onde o aluno possa ter acesso a tudo, e escolher o que mais lhe apraz. A escola tem que ser libertadora, e o conhecimento passado como níveis de consciência onde o aluno deve chegar. Perfeito seria um aluno, com proficiência tanto em matemática, quanto línguas, física, química, e tivesse a liberdade de decidir fazer artes, por prazer e não por obrigação do sistema. Enquanto tivermos a mentalidade do pobrezinho, tanto os alunos, como o Brasil, continuarão sendo uns coitados. A merce do assistencialismo. Óbvio que este sonho é distante, que nossa escola pública atual mal tem condições de pagar seus professores, que com muitas dificuldades conseguem que seus alunos prestem atenção na aula. Mas sonhar é preciso, e o conhecimento esta aí no mundo a um “clic”. O problema não são apenas os gargalos e montanhas de livros exigidos, mas ainda a falta de visão de que a maior missão da escola e da universidade é de ser despertador (ou como disse o mestre Rubem Alves mesmo, ter o “professor do Espanto”), despertar o aluno para que ele busque o saber, e ache seu caminho, e não puxá-los de arrasto pela mão. 

Por: FSantanna


segunda-feira, 15 de abril de 2013

BULLYING NAS ESCOLAS

AGRESSIVIDADE
Do ponto de vista do desenvolvimento humano, a agressividade é a arma daquele que se sente acuado, impotente, com dificuldade de se impor e de expressar aquilo que sente de forma que o outro o entenda e respeite.
O BULLYING
O Bullying se traduz em todas as relações desiguais de poder em que um dos agentes sejam ridicularizados ou sofram qualquer tipo de agressão. E que tem como protagonistas a vítima, o agressor e o espectador,  num círculo vicioso. O agressor é temido pelos demais, manipula seus espectadores - que o auxiliam em suas práticas- anda sempre em grupos, não suporta ser contrariado, apresenta atitudes agressivas por qualquer motivo, seu tom de voz é grosseiro, aparece com pertences, lanches de suas vítimas - alegando ter sido presenteado por elas. O espectador assiste a tudo na maioria das vezes sem se manifestar, em alguns casos participa como cúmplice das agressões temendo contrariar o agressor, que por sua vez se voltará contra ele.
FORMAS DE BULLYING
Agressões físicas e verbais; ameaças; brigas; chantagens; apelidos; trotes; roubo; racismo; xenofobias; intimidações; piadinhas; assédios; xingamentos; alienações; abusos; discriminações e várias outras formas de se ridicularizar uma pessoa. Na maioria das vezes a vítima aceita todo o seu sofrimento sem dizer nada a ninguém, porém se transforma em uma pessoa triste, constantemente deprimida e sem perspectivas de lutar pelos seus direitos, podendo em casos extremos até optar pelo suicídio. É importante ressaltar que o Bullying não é praticado apenas por alunos e entre alunos, podendo ser praticado por alunos contra professores, professores contra alunos, e entre outros agentes do meio escolar.
Sendo necessário que todos os envolvidos no processo educacional estejam atentos a esta violação e colaborem na elaboração de planos de ação em que valores como o respeito, amor, companheirismo e cidadania sejam constantemente abordados.
BULLYING NO BRASIL
No Brasil, a palavra “Bullying” é utilizada principalmente em relação aos atos agressivos entre alunos e/ou grupos de alunos nas escolas. As formas de agressão entre alunos são as mais diversas, como empurrões, pontapés, insultos, espalhar histórias humilhantes, mentiras para implicar a vitima a situações vexatórias, inventar apelidos que ferem a dignidade, captar e difundir imagens (inclusive pela internet), ameaças (enviar mensagens, por exemplo), e a exclusão. Entre os meninos, os tipos de vitimação são mais de cunho físico. Já as meninas agressoras costumam espalhar rumores mentirosos, ou ameaçarem e espalharem segredos para causar mal estar. As ameaças podem vir acompanhadas de extorsão, chantagem para obter dinheiro. Tanto vítimas, quanto agressores podem sofrer consequências psicológicas dessa situação de abuso, porém o que normalmente acontece, é que todas as atenções dos responsáveis (pais e professores) se voltem para o agressor, visto como um marginal em potencial, e a vítima é esquecida.
O bullying acontece entre jovens e crianças de todas as classes sociais e não está restrito a nenhum tipo determinado de escola.
IDENTIFICAÇÃO DO BULLYING
É possível identificar bullying por meio da observação e discussão sobre o comportamento dos alunos individualmente, os professores podem identificar os alvos e os agressores. As vítimas são alunos frágeis, que se sentem desiguais ou prejudicados e que dificilmente pedem ajuda. Os agressores normalmente acham que todos devem fazer suas vontades e foram acostumados, por uma educação equivocada, a ser o centro das atenções. São crianças inseguras, que sofrem ou sofreram algum tipo de agressão por parte de adultos. Na realidade, eles repetem um comportamento aprendido de autoridade e pressão. Tanto as vítimas, quanto os agressores necessitam de auxílio e orientação.
PARA EVITAR O BULLYING
Para evitar o bullying é essencial promover a orientação, conscientização e discussão a respeito do assunto. Nem toda briga ou discussão deve ser rotulada como bullying para não se cair no extremo oposto, da tolerância zero.  A diferença entre um comportamento aceito e um abuso às vezes é muito tênue. Uma pesquisa feita recentemente em Portugal com 7.000 alunos mostrou que o local mais comum desse tipo de ocorrência são os pátios de recreios (78% dos casos) e os corredores (31,5% dos casos). Locais onde há menos vigilância e as crianças não estão agindo de forma orientada, o que facilita comportamentos inadequados.
ORIENTAÇÃO
Quando identificado um autor e uma vítima, ambos devem ser orientados. O comportamento dos pais diante desse comunicado é muito importante, não se deve cobrar o revide, nem intimidar ou agredir. Evitar comportamentos de violência é imprescindível.
Atitudes como suspender o agressor ou colocá-lo para fora da sala de aula só geram mais violência. No Brasil, não existe uma legislação específica para o bullying. “Para as escolas há uma dificuldade em estabelecer o limite do aceitável e desejável”, (Amaschi).
AGRESSORES, VÍTIMAS E ESPECTADORES
Existem os agressores ativos e os passivos. Os ativos fazem parte do tipo mais comum e geralmente são fortes, hostis, impulsivos, coercitivos, confiantes e demonstram total falta de empatia com suas vítimas. Existem ainda as vítimas-agressivas, são estudantes que sofreram provocações sérias e passam a agredir aqueles que são física ou psicologicamente mais fracos; geralmente são impopulares e tem maior chance de apresentarem ansiedade e depressão. Os provocadores não atacam seus colegas de modo aleatório, ao contrário, tendem a perseguir alguns de maneira sistemática. As pesquisas descrevem diferentes tipos de vítimas: vítima-passiva, vítima-provocativa e a vítima-agressiva. A vítima-passiva não provoca diretamente e faz parte do maior grupo de crianças intimidadas; geralmente são crianças tímidas, ansiosas, medrosas, com autoconceito pobre e com poucos amigos, sendo alvos fáceis para os agressores ativos que detectam facilmente a vulnerabilidade. A vítima-provocativa é aquele estudante que se comporta de maneira a desorganizar a classe: não para quieto, tem comportamento irritadiço, hostil, dominante e agressivo, baixa tolerância à frustração e sente-se rejeitado por outros, com baixa autoestima.
FAMÍLIA E ESCOLA
Pesquisas revelam uma relação significativa entre o “clima familiar” e agressão e vitimização sofrida na escola. De modo geral, adolescentes provenientes de famílias que apresentam clima positivo (alto envolvimento e relacionamento afetivo, regras e limites claros, comunicação positiva, clima conjugal positivo e pais que se apresentam como modelos positivos) envolvem-se menos com bullying. Por outro lado, maior frequência de agressores e de vítimas vem de lares no qual o clima familiar apresenta vários fatores de risco, tais como uso de punição corporal, conflito familiar, abuso verbal, ausência de regras e monitoria, baixo envolvimento e clima conjugal negativo.
Pode-se concluir que os professores e as demais autoridades educacionais estão falhando na identificação do problema.  Negar que existe bullying na escola só agrava o problema e multiplica a agressão. Pais de alunos agressores tendem a minimizar os atos violentos de seus filhos ou mesmo justificá-los com argumentos frouxos e descabidos.

CIBERBULLYING OU BULLYING VIRTUAL
Os ataques ocorrem por meio de celulares, filmadoras, máquinas fotográficas, internet e seus recursos (e-mails, sites de relacionamentos, vídeos). Além das difamações serem instantâneas, o efeito multiplicador do sofrimento das vítimas é imensurável,  extrapolando os muros das escolas e expõndo a vítima.
DIMINIUIR A VIOLÊNCIA
De nada adianta apenas castigar o autor ou tratá-lo de forma agressiva, é necessário orientá-lo e conscientizá-lo sobre seus atos e formas saudáveis de resolver seus conflitos internos ou com colegas. Outra forma de diminuir esta violência é a prevenção, através de trabalhos de orientação e reflexão sobre o tema, com os alunos e pais incentivando a “não violência” e as vítimas a denunciarem. Os pais também possuem papel importantíssimo na luta contra o bullying, buscando manter uma estrutura familiar equilibrada que privilegie o diálogo e as trocas afetivas no lugar das agressões físicas e/ou morais.
LEGISLAÇÃO
No Brasil, ainda não existe uma legislação especifica para o problema, e muito menos uma estrutura para a conscientização e combate. Recentemente, a deputada estadual Vilma Moreira (PSB) apresentou na Assembleia Legislativa um projeto de lei determinando que haja nas unidades educacionais trabalhos de conscientização com equipes multidisciplinares, com a participação de docentes, alunos, pais e voluntários, para a promoção de atividades didáticas, informativas, orientativas e preventivas quanto ao problema. Projeto este que Infelizmente foi arquivado pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia (CCJ).
O QUE EXISTE HOJE PARA RESOLVER O PROBLEMA
Apesar disto as unidades educacionais têm se tornado mais abertas a solucionar problemas dessa natureza. Onde projeto político pedagógico do Estado já contempla instruções de como lidar com esses casos de violência e intimidação entre alunos. Mais que isso: alega que as unidades educacionais têm autonomia para resolver essas questões. O regimento escolar, de forma geral, vem trazendo bases de valorização do ser humano da forma que ele é, com normas de convivência e solução de conflitos.  Quando a escola percebe que não tem conseguido resolver sozinha os conflitos existentes, buscam os pais e também orientam a busca por profissionais adequados, como psicólogos, psiquiatras ou neurologistas, visando entender as atitudes dos alunos. Quando essa busca não surte efeito, repassam que são procurados o Conselho Tutelar, a Promotoria da Infância e Juventude ou até o Juizado da Infância e Juventude.


Resenha do site: Cidadeaprendizagem

quinta-feira, 4 de abril de 2013

O professor de espantos


TV Câmara exibe o documentário
‘Rubem Alves – O professor de espantos’

O escritor e educador Rubem Alves, professor emérito da Unicamp, é o homenageado da TV Câmara com o documentário “Rubem Alves – O professor de espantos”, a produção da emissora faz parte da Série Memórias, que traz a biografia de grandes personalidades brasileiras.
O título do documentário diz respeito à proposta de Rubem Alves sobre um novo tipo de professor, cuja missão fundamental não seja a de ensinar matemática, português ou geografia às crianças, e sim a de “provocar a inteligência, a curiosidade, o espanto”. “O objetivo da educação não é ensinar coisas que já estão nos livros e na internet, é criar a alegria de pensar. Não é o professor quem ensina, é a criança quem pergunta e interage. Ninguém é incentivado a ler porque o professor mandou, pois a leitura é uma relação amorosa, sendo preciso criar o gosto pela leitura.”
A produção da TV Câmara retrata Rubem Alves como “homem-metamorfose”, considerado um dos maiores pensadores da educação no Brasil. “Pedagogo, filósofo, escritor, psicanalista, teólogo, o menino de Minas Gerais que sonhava em ser pianista vai, ao longo do documentário, se transformando: primeiro, é o Rubem Alves que se torna pastor da Igreja Presbiteriana e vê sua fé ruir em pleno regime militar ao ser vítima da cumplicidade entre Estado e Igreja”, ressaltam os divulgadores.
Na seqüência é contada a experiência do homenageado como educador e filósofo no universo acadêmico, descobrindo “nos intramuros das universidades que ainda estamos muito longe de entender e assumir as falhas de nossas escolas”. E chega-se à idade madura, quando, “mais uma vez, Rubem Alves se reinventa: deixa de ser o homem do texto acadêmico para se dedicar à literatura e poesia”.
Opinião: Rubem é uma figura brilhante, de fala fácil e cativante. Com tiradas mordazes, e instigantes como quando ele compara a inteligência ao pênis: “A inteligência é como um pênis. Pois, o que é o pênis? No seu estado normal, é um apêndice ridículo, flácido, que realiza funções excretoras automáticas. Mas, se provocado pelo desejo, ele passa por incríveis metamorfoses que lhe dão a capacidade de ter prazer, de dar prazer e de criar vida. Se não há desejo é inútil que a cabeça lhe dê ordens…
Assim também somos nós. No cotidiano, nos encontramos num estado flácido que é mais do que suficiente para a realização das tarefas rotineiras. Quando, entretanto, somos provocados pelo desejo, crescemos e nos dispomos a fazer coisas ditas impossíveis. Assim viu Fernando Pessoa quando disse “Sinto uma erecção na alma…”
 
fonte:http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2013/01/18/tv-camara-exibe-o-documentario-rubem-alves-o-professor-de-espantos

quarta-feira, 27 de março de 2013

Gestalt - Leis da Gestalt


A Teoria da Gestalt, em suas análises estruturais, encontrou determinadas leis que regem a percepção humana das formas, facilitando a compreensão das imagens e idéias. Essas leis seriam conclusões sobre o comportamento natural do cérebro, no que concerne ao processo de percepção. Os elementos constitutivos são agrupados de acordo com as características que possuem entre si, como semelhança, proximidade e outras que veremos a seguir. 
São estas, resumidamente, as Leis da Gestalt:
PROXIMIDADE: Os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. Logicamente, elementos que estão mais perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estiverem distante de seus similares.
SEMELHANÇA: Eventos semelhantes se agruparão entre si. Essa semelhança se dá por intensidade, cor, odor, peso, tamanho, forma etc. e se dá em igualdade de condições.
CONTINUIDADE: Há uma tendência de a nossa percepção seguir uma direção para conectar os elementos de modo que eles pareçam contínuos ou fluir em uma direção específica.
PREGNÂNCIA: A mais importante de todas, possivelmente, ou pelo menos a mais sintética. Diz que todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples. É o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada.
EXPERIÊNCIA PASSADA: Esta se relaciona com o pensamento pré-Gestáltico, que via nas associações o processo fundamental da percepção da forma. A associação aqui, sim, é imprescindível, pois certas formas só podem ser compreendidas se já a conhecermos, ou se tivermos consciência prévia de sua existência. Da mesma forma, a experiência passada favorece a compreensão metonímica: se já tivermos visto a forma inteira de um elemento, ao visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na memória.
CLAUSURA: Ou “fechamento”, o princípio de que a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma, formando uma figura delimitada. O conceito de clausura relaciona-se ao fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto.
A psicologia da Gestalt também fala da questão da “figura/fundo” que seria a tendência de organizar as percepções do objeto sendo visto e do fundo sobre o qual ele aparece. A figura seria aquilo que procuramos ou voltamos a atenção e fundo seria o contexto no qual a figura está inserida, como por exemplo: quando você está com fome e busca um restaurante e o encontra, a figura é o restaurante e o fundo seria a rua. Assim como as páginas para o livro, as letras para o papel.

fonte: wikipédia

quinta-feira, 21 de março de 2013

Resumo: “ A IGNORÂNCIA..... O MAL DOS SÉCULOS “


 E o que dizem os dicionários a respeito da Ignorância? Segundo alguns autores, “Ignorante, é o indivíduo que não sabe”; “aquele que não tem conhecimento de algo”; é “quem desconhece”
Rui Barbosa, que a respeito dela afirmou: “ A chave misteriosa das desgraças que nos afligem é esta; e somente esta: a Ignorância! Ela é a mãe da servilidade e da miséria”
-“Dar conselhos a um homem culto é supérfluo; aconselhar um ignorante é inútil.” (Sêneca, 65-2,  DC);
-“O tolo, quando erra,queixa-se dos outros; o sábio queixa-se de si mesmo.” (Sócrates, 469-399, AC).
O ignorante estabelece critérios que desqualifica o conhecimento alheio em favor de sua falta de conhecimento. Ele faz idéias falsas sobre si, e o mundo que o cerca, de forma errônea e deturpada.
Conhecimento, é fundamental ao progresso e à  boa convivência social.
Ignorância é, e sempre foi, o maior flagelo da Humanidade
Quando falamos em cérebro dotado, que cria uma mente culta, não estamos nos referindo àquele que acumulou apenas conhecimentos específicos de uma determinada disciplina ou profissão, como por exemplo, um médico que só aprendeu o conhecimento médico-biológico; o engenheiro que somente estuda a  prática da matemática, química e da física;  Pode ser o melhor matemático do mundo; mas, se o seu conhecimento se restringe à  matemática ou outros conhecimentos afins; não é,necessariamente uma pessoa culta.
Não é acumulando e se condicionando com os péssimos e nefastos exemplos de muitos meios de comunicação, principalmente da Televisão, que vamos esperar melhores comportamentos das pessoas e condições humanas e dignas de vida. Pelo contrário, os exemplos diários desses veículos de comunicação estão nos levando à falência total da Moral, da Decência, do Respeito, da Honestidade, da Cultura
Rui previu, quando vaticinou: “ De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver crescer a injustiça;de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus; o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto!
O ignorante reage com os músculos e o sábio, com o cérebro!
Os animais inferiores são muito instintivos e se comportam pelos impulsos mais primários, como, o da fome, da sede e do sexo; sendo este, exclusivamente para a procriação ( o erotismo é uma invenção dos humanos).
 Quanto mais você conhecer e nutrir o seu cérebro com dados (“coisas”= estímulos) positivos; mais a sua mente fará o melhor uso desses dados positivos que se acumularam nos neurônios. Quanto mais você conhecer e alimentar o seu cérebro com informações, dados e outras “coisas” negativas, nocivas e inúteis; mais você agirá de forma negativa, nociva e prejudicial a você e a todos os demais Seres que o rodeiam.
Mas, o que são as “coisas” ou fatos positivos e negativos do mundo que o seu cérebro assimila,grava, acumula (estoca) e faz a sua mente por em prática aquilo que guardou?
Uma pessoa se encontra nessa pobreza mental porque assimilou fatos e acontecimentos inúteis, negativos e nocivos. Na maioria das vezes ela não tem a mínima noção das “coisas” negativas que assimilou e gravou. O seu cérebro está repleto de gravações de cenas violentas, agressivas, repugnantes, abjetas  e prostituídas que viu na televisão, no cinema, nos jornais, nas revistas, no teatro, em livros, na internet e nos diversos outros meios de comunicação, notadamente nas cenas imorais e amorais ao alcance de todos.
O cérebro do ignorante está, também, cheio de gravações negativas provenientes do som distorcido do lixo “musical” que quase todos escutam, no mais alto grau da degradação sonora, dia e noite.
Ele não vai ter o conhecimento necessário para saber escolher os alimentos nutritivos e salutares para a preservação de sua própria saúde e da vida; daí a obesidade generalizada no mundo.
O que falar da devastação das florestas, da poluição do ar, da terra e das águas? As queimadas, as drogas (em que os imaturos ignorantes buscam preencher com as fantasias químicas, os seus vazios existenciais),a bebida (onde em cada esquina os imaturos ignorantes tentam afogar” as suas nulidades no álcool), no fumo (onde os ignorantes queimam os seus pulmões para aquecerem e esquecerem suas carências existenciais)
A Ignorância é a pior doença e a causa de todos os males da humanidade, em todos os tempos
Já se perguntou por que os piores e mais corruptos políticos e governantes do planeta estão nos países mais atrasados material e mentalmente?  Convivem eles na pobreza geral porque a maioria de suas populações  ignoram o valor e a importância do voto eleitoral, desconhecendo as terríveis conseqüências sociais advindas por não saberem escolher os seus representantes.
É cultivando a Ignorância que os  maus políticos e governantes se mantém eternamente no poder, às custas do voto fácil e inconseqüente das pessoas de pouco saber,

Resumista: FSantanna
baseado no texto de Carleial Bernardino Mendonça-www.recantodasletras.com.br

sexta-feira, 15 de março de 2013

Síntese do texto: Infância em Resistência às Políticas Internacionais


Políticas da educação infantil versus a influência do Banco Mundial.
A infância não é nem nunca foi um estágio imutável do desenvolvimento humano.
Política pública social: “ações e omissões que demonstrem uma determinada modalidade de intervenção do Estado em relação a uma questão de interesse da sociedade civil”.
Percebe-se uma grande lacuna entre os interesses dos cidadãos, sejam eles pais, mães e crianças, e os do Estado...
“Existem  claros sintomas de contradições entre os discursos social e político sobre a infância e as práticas sociais relacionadas com as crianças”. Divórcio entre legislação e realidade.
Constituição de 1988, foi um marco para visibilidade da infância e da educação das crianças pequenas.
Foi a expansão do trabalho das mulheres nos anos 60 que legitimou as instituições de Educação infantil como lugares próprios para a educação das crianças pequenas de todas as classes sociais no Brasil.
È interessante perceber que os empréstimos concedidos pelo Banco Mundial para os projetos na área educacional são mínimos, quando comparados ao total gasto em educação no Brasil. Seu controle, contudo é proporcionalmente maior do que seu papel financiador.
Para o Banco Mundial...O entendimento de criança como um futuro trabalhador produtivo.
Educação básica é vista somente como um meio de prevenção de futuros problemas.
Na Itália a infância e educação de crianças pequenas são amplamente visualizadas nas politicas. Com inclusão destas em todas as instancias da vida social: na agenda da programação artística das cidades; nas bibliotecas para crianças; também nas propostas de educação para crianças pequenas.
Desaparecimento da Infância?
Intendimento da infância como uma invenção(Postman). Para o autor a prensa tipográfica, assim como a alfabetização, introduziu uma nova configuração de idade adulta. E isso influenciou para que a ideia de infância se concretizasse.
A sociedade Europeia reinventou as escolas. E ao fazê-lo, transformou a infancia em uma necessidade.
Postman, responsabiliza a infância pela nova organização familiar, especialmente pela expansão da escola.
Crianças como atores sociais e não como meros receptores de informações, principalmente oriunda da mídia.
Idade adulta significa “mistérios desvendados e segredos descobertos”. Logo, se as crianças tem acesso à maioria das informações, não se distingui do adulto.
A escola é “única instituição que nos resta baseada no pressuposto de que há diferenças importantes, entre a infância e a idade adulta e que os adultos tem coisas de valor a ensinar as crianças”.
Kindercultura: ideia de infância a partir, basicamente do consumo.
Grandes corporações produzem o que a autora chama de currículo cultural, para as crianças, o que implica:” interesses comerciais que agem não em favor do bem social, mas da vantagem individual”.
O mito da infância inocente vem-se rompendo.
“Transformar crianças em consumidores”: onde tudo é disfarçado pelo divertimento.
Falta de diferenciação simbólica entre adultos e crianças motivada pelo consumismo. Inviabilizando o que Freud chamou de latência. Ideia de criança como um vir a ser e, Afinal, ela já é.
Autora: Denise Machado Moraes, Academica de Pedagogia da UFSM.

Educação como cultura: Carlos Rodrigues Brandão


Sobre o capitulo: Olhar o Mundo, ver a criança: Anotações sobre ciclos de vida e círculos de cultura e sugestões para olhar, quando pesquisar:

De incido o autor apresenta suas idéias principais sobre as crianças, citando Marguerite Youcernar, que diz que estas: vivem em um mundo que é delas; e essas relações, ninguém quer vê-las.
Muitos estudos tem sido feitos atualmente para tentar entende-las, que já sabemos muito, mas ainda tão pouco sobre elas, que os estudos de Pestalozzi, Walton, Piaget, Vytgotsky e Rousseau, ainda são atuais. Dentre estes estudos o autor salienta a importante diferença entre a abordagem de Piaget e Vygotsky. Sendo que o primeiro entende que a natureza psicológica da criança (internalização) transforma-se em natureza social (externalização). E o segundo baseia-se que a natureza sociocultural se transforma em natureza psicológica.
Uma boa parte destes estudos captura as crianças de seu cotidiano de vida, para situações de laboratório, onde são colocadas em pequenas “jaulas-salas". Quando perdem a naturalidade de viver seus mundos, pois somente livres de nós por alguns momentos elas conseguem ser o que são: crianças.
Precisamos de algum modo devolve-las aos momentos em que estão sozinhas, ou com outras, vivendo a criação invejável de fantasias que são suas verdades por alguns instantes, e as quais damos em geral o nome de “travessuras”.
Tentar entender quem são estas crianças, dentro de seus cenários e cenas socioculturais.
Não seria o momento de tentarmos entender a cultura da criança, com seus dos ciclos e círculos de cultura, símbolos e significados; não somente analisá-los através, e a partir de nossos padrões, e sua capacidade de absorver a cultura imposta pelos adultos?
As crianças estão sempre tentando estreitar laços com suas consócias mais próximas: as outras crianças, elas estão a todo momento criando, dissolvendo e recriando pequenos grupos, e situações dentro destes grupos.
Segundo nossa visão adulta as crianças, existem para serem socializadas, e devem ser educadas para “ser alguém na vida”.
Paulo Freire, em um escrito sobre “a criança e seus mundos”, relata seu mundo de criança e como segundo ele foi alfabetizado no chão do quintal de sua casa, a sombras das mangueiras, com palavras de seu mundo e não do mundo de seus pais. O chão foi seu quadro negro, e os gravetos seu giz”. Ao que parece o autor ao citar Paulo Freire entende que o mundo da criança tem suas ordem própria e não  a ordem dos adultos, para ele nada mais odioso para uma criança que uma sala impecável, ou um quarto perfeitamente em ordem, pois a criança é curiosa e tende a organizar o mundo de acordo com sua lógica, sem ainda estar subjugado pelo sentimento do dever, que regula a vida adulta, onde o brincar da criança é o eixo central de suas experiências pessoais, familiares, e grupais. O brincar aí para a criança, ganha a mesma importância que o trabalho para os adultos.
Cabe aqui salientar dentro de uma perspectiva de escola cidadã, a utilidade de entender em quais mundos de fato a criança vive; a repetição de seu cotidiano; dia a dia; ciclo a ciclo. Levando-se em conta os espaços da vida da criança: O mundo da família; o mundo da comunidade, os grupos de idade criados por crianças, adolescentes e jovens de mesma faixa etária; e os grupos de interesses envolvendo crianças, adolescentes e jovens de faixas etárias alargadas. Entendendo assim que o mundo da criança é bem maior que a sala de aula, pois, em aula é o mundo da escola, enquanto lá fora esta todo o mundo. E este é o dilema, como inserir a escola no mundo da vida cotidiana das comunidades?
 
Autora: Denise Machado Moraes, Academica de Pedagogia, UFSM.