quinta-feira, 4 de abril de 2013

O professor de espantos


TV Câmara exibe o documentário
‘Rubem Alves – O professor de espantos’

O escritor e educador Rubem Alves, professor emérito da Unicamp, é o homenageado da TV Câmara com o documentário “Rubem Alves – O professor de espantos”, a produção da emissora faz parte da Série Memórias, que traz a biografia de grandes personalidades brasileiras.
O título do documentário diz respeito à proposta de Rubem Alves sobre um novo tipo de professor, cuja missão fundamental não seja a de ensinar matemática, português ou geografia às crianças, e sim a de “provocar a inteligência, a curiosidade, o espanto”. “O objetivo da educação não é ensinar coisas que já estão nos livros e na internet, é criar a alegria de pensar. Não é o professor quem ensina, é a criança quem pergunta e interage. Ninguém é incentivado a ler porque o professor mandou, pois a leitura é uma relação amorosa, sendo preciso criar o gosto pela leitura.”
A produção da TV Câmara retrata Rubem Alves como “homem-metamorfose”, considerado um dos maiores pensadores da educação no Brasil. “Pedagogo, filósofo, escritor, psicanalista, teólogo, o menino de Minas Gerais que sonhava em ser pianista vai, ao longo do documentário, se transformando: primeiro, é o Rubem Alves que se torna pastor da Igreja Presbiteriana e vê sua fé ruir em pleno regime militar ao ser vítima da cumplicidade entre Estado e Igreja”, ressaltam os divulgadores.
Na seqüência é contada a experiência do homenageado como educador e filósofo no universo acadêmico, descobrindo “nos intramuros das universidades que ainda estamos muito longe de entender e assumir as falhas de nossas escolas”. E chega-se à idade madura, quando, “mais uma vez, Rubem Alves se reinventa: deixa de ser o homem do texto acadêmico para se dedicar à literatura e poesia”.
Opinião: Rubem é uma figura brilhante, de fala fácil e cativante. Com tiradas mordazes, e instigantes como quando ele compara a inteligência ao pênis: “A inteligência é como um pênis. Pois, o que é o pênis? No seu estado normal, é um apêndice ridículo, flácido, que realiza funções excretoras automáticas. Mas, se provocado pelo desejo, ele passa por incríveis metamorfoses que lhe dão a capacidade de ter prazer, de dar prazer e de criar vida. Se não há desejo é inútil que a cabeça lhe dê ordens…
Assim também somos nós. No cotidiano, nos encontramos num estado flácido que é mais do que suficiente para a realização das tarefas rotineiras. Quando, entretanto, somos provocados pelo desejo, crescemos e nos dispomos a fazer coisas ditas impossíveis. Assim viu Fernando Pessoa quando disse “Sinto uma erecção na alma…”
 
fonte:http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2013/01/18/tv-camara-exibe-o-documentario-rubem-alves-o-professor-de-espantos

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