sexta-feira, 15 de março de 2013

Educação como cultura: Carlos Rodrigues Brandão


Sobre o capitulo: Olhar o Mundo, ver a criança: Anotações sobre ciclos de vida e círculos de cultura e sugestões para olhar, quando pesquisar:

De incido o autor apresenta suas idéias principais sobre as crianças, citando Marguerite Youcernar, que diz que estas: vivem em um mundo que é delas; e essas relações, ninguém quer vê-las.
Muitos estudos tem sido feitos atualmente para tentar entende-las, que já sabemos muito, mas ainda tão pouco sobre elas, que os estudos de Pestalozzi, Walton, Piaget, Vytgotsky e Rousseau, ainda são atuais. Dentre estes estudos o autor salienta a importante diferença entre a abordagem de Piaget e Vygotsky. Sendo que o primeiro entende que a natureza psicológica da criança (internalização) transforma-se em natureza social (externalização). E o segundo baseia-se que a natureza sociocultural se transforma em natureza psicológica.
Uma boa parte destes estudos captura as crianças de seu cotidiano de vida, para situações de laboratório, onde são colocadas em pequenas “jaulas-salas". Quando perdem a naturalidade de viver seus mundos, pois somente livres de nós por alguns momentos elas conseguem ser o que são: crianças.
Precisamos de algum modo devolve-las aos momentos em que estão sozinhas, ou com outras, vivendo a criação invejável de fantasias que são suas verdades por alguns instantes, e as quais damos em geral o nome de “travessuras”.
Tentar entender quem são estas crianças, dentro de seus cenários e cenas socioculturais.
Não seria o momento de tentarmos entender a cultura da criança, com seus dos ciclos e círculos de cultura, símbolos e significados; não somente analisá-los através, e a partir de nossos padrões, e sua capacidade de absorver a cultura imposta pelos adultos?
As crianças estão sempre tentando estreitar laços com suas consócias mais próximas: as outras crianças, elas estão a todo momento criando, dissolvendo e recriando pequenos grupos, e situações dentro destes grupos.
Segundo nossa visão adulta as crianças, existem para serem socializadas, e devem ser educadas para “ser alguém na vida”.
Paulo Freire, em um escrito sobre “a criança e seus mundos”, relata seu mundo de criança e como segundo ele foi alfabetizado no chão do quintal de sua casa, a sombras das mangueiras, com palavras de seu mundo e não do mundo de seus pais. O chão foi seu quadro negro, e os gravetos seu giz”. Ao que parece o autor ao citar Paulo Freire entende que o mundo da criança tem suas ordem própria e não  a ordem dos adultos, para ele nada mais odioso para uma criança que uma sala impecável, ou um quarto perfeitamente em ordem, pois a criança é curiosa e tende a organizar o mundo de acordo com sua lógica, sem ainda estar subjugado pelo sentimento do dever, que regula a vida adulta, onde o brincar da criança é o eixo central de suas experiências pessoais, familiares, e grupais. O brincar aí para a criança, ganha a mesma importância que o trabalho para os adultos.
Cabe aqui salientar dentro de uma perspectiva de escola cidadã, a utilidade de entender em quais mundos de fato a criança vive; a repetição de seu cotidiano; dia a dia; ciclo a ciclo. Levando-se em conta os espaços da vida da criança: O mundo da família; o mundo da comunidade, os grupos de idade criados por crianças, adolescentes e jovens de mesma faixa etária; e os grupos de interesses envolvendo crianças, adolescentes e jovens de faixas etárias alargadas. Entendendo assim que o mundo da criança é bem maior que a sala de aula, pois, em aula é o mundo da escola, enquanto lá fora esta todo o mundo. E este é o dilema, como inserir a escola no mundo da vida cotidiana das comunidades?
 
Autora: Denise Machado Moraes, Academica de Pedagogia, UFSM.

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